Tangerinas
O sol já pede manga curta e chapéus.
Os miúdos exigem a primeira e tiram os segundos logo que nos distraímos.
Chegamos cedo, ainda cheira a manhã, e corremos a ver a água. O ribeiro no seu serpentear entre pedras ainda leva água que se oiça.
Comemos tangerinas que colhemos no momento, comemos muitas tangerinas…talvez porque são colhidas no momento…
A chegada dos primos vem animar a hora do almoço e a tarde passa, sem pressa, na casa das arvores, nos passeios do ribeiro, a ver as rãs,
E tangerinas, comem-se muitas tangerinas…
Chegamos ao fim do dia e arrumamos os sonhos no banho quente que nos leva a jantar de pijama.
Eles adormecem quase sem história,
A nós sobra alento, e mais tempo,
Para amanhã…
posted by Anónimo @ 23:49
4 comments
4 Comments:
Por vezes, sentimo-nos mal porque apenas não estivemos lá.
na hora das tangerinas, no cheiro da manhã, na chegada dos primos.
hoje, findo um dia em que trabalhei mas também tive tempo para outros momentos, fica o lamento, por não ter estado, e a certeza, de que é bom estar.
estar com a família, com os pequenos, os grandes e os ainda maiores.
e estar no campo, longe do tempo em que nos empurram o dia para andar sempre mais depressa...
São essas memórias que lhe vão encher os dias, as noites, as faltas e o vazio de dias vindouros...
Acredite:eles crescem e florescem sem nos pedir licença!
Olá Isi,
fizeste falta nessa tarde de tangerinas, tu e a tua menina sempre prontas a fazer-nos rir nas coisas que fazemos. Aliás fazes-nos falta sempre... apesar de nos encontrármos muito, quase sempre no tempo em que nos empurram o dia para andar mais depressa
Beijinhos ás duas.
Boa noite Maria Velho,
Os projectos que alimento em sonhos para o futuro saõ tantos, que me pergunto se terei tempo para encher vazios vindouros de memórias...
Acredito no que me diz, só espero que continuem a gostar de nos fazer surpresas, e talvez acompanhar-nos a recitais de poesia, com um sorriso grande em toda a cara.
...claro que nos farão imensas surpresas!!!mas vai haver momentos, mesmo que breves, em que o cheiro dessas tangerinas, o som do riso puro dos dois bébés, a paz e a harmonia entre a Rita mãe e o mundo desse momento vão ser um paleativo e um motivo para se focar no seu presente e no futuro.
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