
Tudo é fácil quando se está brincando com a flor entre os dedos
quando se olham nos olhos as crianças,
quando se visita no leito o amor convalescente.
É bom ser flor, criança, ou ser doente.
Tudo são terras donde brotam esperanças,
pétalas, tranças,
a porta do hospital aberta à nossa frente.
Desde que nasci que todos me enganam,
em casa, na rua, na escola, no emprego, na igreja, no quartel
com fogos de artifício e fatias de pão besuntadas com mel
E o mais grave é que não me enganam com erros nem com falsidades
mas com profundas, autênticas verdades.
E é tudo tão simples quando se rola a flor entre entre os dedos
Os estadistas não sabem,
mas nós, os das flores, para quem os caminhos do sonho não guardam segredos,
sabemos isso e todas as coisas mais que nos livros não cabem
António Gedeão
Obra Poética
Edições João Sá da Costa
2001
4 Comments:
Porque o sonho continua a comandar a vida!
'(...) Chegado ao fim, o dedo retrocede
e regressa ao princípio,
de novo sublinhando o texto, cauteloso(...)
in Poema dos textos, de António Gedeão
Abraço!
Ana o teu título fala mais do que o teu texto. Aparece todas as quartas, á mesma hora ou mais cedo se te apetece, que entre os dedos também há conversas
ficam no ouvido como uma melodia doce, as palavras finais do texto, que há muito tempo não lia...
e é tudo tão simples, quando se rola a flor entre os dedos
Obrigada pelo reavivar da memória
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