20 maio 2007

Amargo estilo novo

Tudo é fácil quando se está brincando com a flor entre os dedos quando se olham nos olhos as crianças, quando se visita no leito o amor convalescente. É bom ser flor, criança, ou ser doente. Tudo são terras donde brotam esperanças, pétalas, tranças, a porta do hospital aberta à nossa frente. Desde que nasci que todos me enganam, em casa, na rua, na escola, no emprego, na igreja, no quartel com fogos de artifício e fatias de pão besuntadas com mel E o mais grave é que não me enganam com erros nem com falsidades mas com profundas, autênticas verdades. E é tudo tão simples quando se rola a flor entre entre os dedos Os estadistas não sabem, mas nós, os das flores, para quem os caminhos do sonho não guardam segredos, sabemos isso e todas as coisas mais que nos livros não cabem António Gedeão Obra Poética Edições João Sá da Costa 2001

4 Comments:

At 21/5/07 08:13, Blogger Helena Velho said...

Porque o sonho continua a comandar a vida!

 
At 21/5/07 16:55, Blogger jorge esteves said...

'(...) Chegado ao fim, o dedo retrocede
e regressa ao princípio,
de novo sublinhando o texto, cauteloso(...)


in Poema dos textos, de António Gedeão
Abraço!

 
At 21/5/07 23:36, Anonymous Anónimo said...

Ana o teu título fala mais do que o teu texto. Aparece todas as quartas, á mesma hora ou mais cedo se te apetece, que entre os dedos também há conversas

 
At 22/5/07 01:16, Blogger isi said...

ficam no ouvido como uma melodia doce, as palavras finais do texto, que há muito tempo não lia...

e é tudo tão simples, quando se rola a flor entre os dedos

Obrigada pelo reavivar da memória

 

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