11 julho 2007

Promessa de Mãe

Tinha-lhes prometido uma ida à Praia.

O Luís sempre que está mais calor pergunta: - Mãe, hoje vamos à praia?

E por isso tinha-lhes dito que se conseguisse trocar o turno, hoje iríamos à praia.

Estava combinado desde a semana passada, quando o calor começou a fazer-nos lembrar que é verão.

E eu tinha conseguido trocar o turno. De manhã andei pondo coisas na ordem. Desde o selo do carro à confirmação e pagamento do campo deste ano. Cheguei tarde para almoçar e acabei às três. Arrumei sacos de toalhas, fatos de banho, roupa mais quente (nas notícias, apesar do calor, davam vento moderado a forte na orla costeira a norte do cabo carvoeiro), tenda tapa vento do Lidl, por estrear, e ainda um termos com jantar (sopa no andar de baixo e frango com arroz no andar de cima), umas bolachas, maças e água.

Saí já em passo de corrida, apanhei o primeiro em casa de um amigo onde tinha ficado a dormir, a segunda na escola, queixando-se de escaldão no pescoço apesar de uma aplicação matinal de creme seguida de mais três durante a manhã de actividades desportivas ao ar livre (até ao meio dia e meio). Reconsidero ida à praia, mas tanto uma como outro são explícitos. Vamos!. Falta ainda a terceira, vamos buscá-la e passamos pela farmácia, quero mudar para um creme ecrã total e lá me explicam que a designação já não existe. Têm creme 50 +, muito bom, a melhor protecção. Pois, foi com um 50 + que ela apanhou o escaldão...

Acabo por trazer um 50 + que deve ser plus, pois tem ecrã mineral (seja lá o que isso for) e protege mais do que o 50 + sem ecrã.

Tinha planeado ir à Costa Nova, mas a hora tardia a que saímos acaba por decidir viragem de rumo até ao Cabedelo com alguma esperança de protecção do vento junto ao paredão.

Chegamos pelas seis, tiro os três do carro e encarrego os dois mais crescidos de levar cada um uma coisa, os sacos restantes carrego como posso entre uma mochila aos ombros e várias penduradas no braço que está livre da Isabel.

Começo a rir baixinho, só para mim, a imaginar a figura.

Depois de uma tentativa, completamente maluca, de abordagem do areal pelas rochas, lá vamos pelo carreiro até uns metros mais à frente onde acabamos por poisar todos com os pés na areia.

Soltam-se o miúdos no vento que corre. A Isabel anda de um lado para o outro tão espantada que ainda nem largou as sandálias que trazia na mão. A Ana e o Luís já correm para o mar. Recomendo cuidado e decido montar o tapa vento, que deve ser fácil.

Quinze minutos depois desisto, entre montar sozinha uma coisa que deve ser montada por duas pessoas (Ana não conseguiu ajudar muito), com o vento a tentar arrancá-la das minhas mãos porque as espias na areia é mentira, ou deixar-me estar a apanhar a aragem na cara, prefiro a segunda. Arrumo a coisa com alguma dificuldade até porque começo a rir alto, sem dar conta, e nestas coisa de arrumar o riso não ajuda muito.

Está menos vento junto às rochas para onde mudamos as traquitanas todas, depois corremos junto ao mar, fazemos poças na areia com as pás e fazemos desenhos. Corremos a salpicar-nos de água e vento e ficamos a tremer de frio como se não fosse verão.

Saímos da praia uma hora depois, três crianças correm no estrado apesar de carregadas, e dos cabelos pelo ar. No carro jantamos um pic-nic dividido por três bocas esfomeadas , rematamos com maçãs e bónus de gelado no cafezinho junto ao estacionamento.

Não fosse a promessa e nada me faria vir ao mar, hoje.

4 Comments:

At 12/7/07 22:04, Blogger Ana M Marques said...

E ainda bem que foram... de certo viera muito mais contentes!!! E promessa de mãe é promessa para cumprir :-) Deve ter sido bem bom!!! Beijinhos

 
At 18/7/07 01:00, Blogger Helena Velho said...

Promessa de mãe e pedido de filhos...2 premissas indiscutivéis!e o silogismo é o Amor da Mãe!

 
At 18/7/07 15:18, Anonymous Anónimo said...

Ana, podes crer que foi mesmo, tudo bom, desde o vento até ao gelado.

Maria, Obrigada grande, até me deu oportunidade de ir ao dicionário

Beijinhos a ambas

 
At 24/7/07 01:49, Blogger isi said...

Um dia vou-lhes lembrar algumas histórias destas. para que percebam melhor porque sentem a sua infância como um tempo tão feliz.

 

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