Sophia
Faz hoje três anos faleceu vale a pena ir re(lembrando) as suas histórias e poemas. Aqui, por exemplo. O POEMA O poema me levará no tempo Quando eu já não for eu E passarei sozinha Entre as mãos de quem lê O poema alguém o dirá Às searas Sua passagem se confundirá Como rumor do mar com o passar do vento O poema habitará O espaço mais concreto e mais atento No ar claro nas tardes transparentes Suas sílabas redondas (Ó antigas ó longas Eternas tardes lisas) Mesmo que eu morra o poema encontrará Uma praia onde quebrar as suas ondas E entre quatro paredes densas De funda e devorada solidão Alguém seu próprio ser confundirá Com o poema no tempo in Livro sexto, Sophia de Mello Breyner Andresen
4 Comments:
Rita
Uma das minhas poetas/poetisas preferidas. Obrigada pela evocação de uma Mulher prodigiosa!
Um beijo de amizade.
'Se tanto me dói que as coisas passem
é porque cada instante em mim foi vivo
na luta por um bem definitivo
em que as coisas de amor se eternizassem.', escreveu ela!
É sempre um grato prazer recordá-la...
Abraço.
E é sempre com gosto que leio os vosso comentários.
Tal como vós tenho-a como uma grande senhora da Poesia mas também como uma grande personalidade do nosso tempo.
Beijinhos
Ui... Tenho andado distraída... nem vi este post com uma homenagem tão sentida e justa!!! Beijinhos
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