O Lobo das Estepes
O confronto entre negação e acomodação a uma sociedade que se desenvolveu no sentido do efémero e que não satisfaz a profundidade da alma humana.
Acomodar-se pela educação, limitar-se a ser e a desfrutar do conforto adquirido.
Negar tudo o que é convencional e recusar-se a beber da mesma água na mesma fonte.
Sentir como são por vezes tão simplesmente construídos os momentos que nos dão prazer, e aceitar que são esses que afinal nos dão prazer. Ainda que, com a relutância de assim sermos apenas…mais um entre tantos seres vazios.
Descobrir que dentro do eu residem múltiplos seres e que em proporções diferentes eles vão comandando os nossos sentimentos, as nossas atitudes, comportamentos…não somos unos, nem uma dupla personalidade variando gradativamente ao longo de um eixo linear. Somos a complexidade possível de retratar no cruzamento de todas as vivências que experimentámos.
O lobo das estepes, o eu que se auto-rejeita porque se imagina perdido no mundo das razões para existir.
E a luz, filtrada pelo nosso próprio caleidoscópio, que aparece sempre sob forma de um amigo.
7 Comments:
Voltei.
Que animação anda por aqui!
E sentir-me esperada.É bom saber que temos alguém à nossa espera.
Rita e Maria Velho:
juntava uma dezena de livros aos que vocês indicaram, ou mais, o tema é inspiração da vida humana, logicamente está nas linhas e entrelinhas de muito do que se tem escrito e bem por este mundo.
a minha sugestão seria usarmos este canto cibernético para ir contando e recontando (historias e livros, respectivamente) os ondes, os quês e os porquês dos amores que nos enfeitiçaram o tempo.
que dizem?
Viva Isi!
A sugestão é boa!!Mas atenção:escrever sobre nós não é o mesmo que escrevermos por nós...
Herman Hesse-para além de ter sido um dos escritores que ( na minha opinião que às vezes parece um tratado;))mereceu sem qq dúvida o prémio Nobel, é um alemão ao "genero" kantiano que nos permite ler e especular a nossa leitura.Siddhartha é um bom exemplo e como ignorante , a treinar para leitora militante, confesso que não li este livro(o do "post").Já não tenho papel para tamanha lista de falhas.Um dia destes deixo de trabalhar e tiro o curso de blogoesferante profissional!
Olá Isi, grande abraço
E te digo que se não tivesse já lido o livro relia-o ainda hoje;)
Dizes tu: "somos a complexidade possível de retratar no cruzamento de todas as vivências que experimentámos." ..."E a luz,..."
Magistral
quanto mais te conheço, mais sei que tive muita sorte na vida.
não foi sorte, não, crescemos juntas, ou já te esqueceste disso?!
Adoro-te e serás sempre imbatível naqueles momentos que já me conheces...
E agora, não vamos ficar aqui tipo duas pessoas que ambas conhecemos, eternamente a decidir quem é que paga a conta;)
Maria,
por vezes, quando as histórias são mesmo envolventes, encarno nas emoções das personagens.não lhe acontece?
falar por nós, ou falar de nós,nem sempre é clara a diferença.
quantas histórias criámos das nossas vivências, quantas histórias vivemos das nossas leituras?
Vamos a isso!
E aproveito para lhe confessar que o meu sonho é mesmo assim: profissional de escrita, leitura e pensamento. enquanto não sou descoberta por nenhum multimilionário excentrico ou multinacional criativa, continuo a roubar horas aos meus dias,que normalmente são noites, apenas porque sim.
...já o tinha pressentido.
Posso fazer-lhe um desafio??
Não espere pelos "outros"..pegue nos seus escritos, tri-fotocopie, assine cada folhinha que escreveu, e envie para o João Gesta da editora Cadernos do Campo Alegre.Noutro espaço poder-lhe-ei explicar o porquê desta sugestão...
E porque sim nunca é um apenas!!!
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