27 junho 2007

Dicionários

Lembram-se de ter dito que havia uma história para contar sobre dicionários?
Um dia fui à feira do livro aqui em Coimbra, queria comprar um dicionário etimológico,
Podem não acreditar, mas em nenhum dos expositores as pessoas pareciam sequer saber o que era um dicionário etimológico.
Enquanto algumas confessavam não saber e perguntavam o que era, outras diziam-me que não tinham esse tipo de diccionários mas que talvez no espaço dos livros relogiosos encontrasse qualquer coisa... Não imaginam as respostas que ouvi. A propósito, sempre que a minha pequena mais velha tem um erro de escrita nas composições, vou tentando ensiná-la a pensar antes de escrever. Digo-lhe muitas vezes para pensar na origem da palavra, na sua raiz, assim é mais fácil saber com que letras se escreve. De tanto lhe falar em raizes de palavras ela começou a perguntar mais e mais coisas, e a determinada altura lá chegámos ao latim. Expliquei-lhe que o Latim, lingua falada pelos Romanos no tempo em que dominaram a europa, era a base da grande maioria das palavras portuguesas. Prontamente deu a sua opinião: então nós todos deviamos aprender a escrever em Latim, assim não davamos tantos erros. Simpática, não?

25 junho 2007

Basquete

Há coisas que não mudam e há jogos que não se esquecem. O basquete é o jogo que não esqueço e não mudo nada do que fiz quando fiz basquete. Ou melhor, só se fosse para fazer mais e melhor. I LOVE THIS GAME

20 junho 2007

19 junho 2007

Cão Cabeçudo

Daniel Pennac

A História de um Cão com letra grande, ou não fosse ele cabeçudo.

E também a história do Homem que conta a história do Cão.

No último parágrafo, não da primeira história mas do pequeno pós escrito, Daniel Pennac

consegue acrescentar:

“ quando se opta por viver com um cão, é para a vida toda. Não se abandona. Nunca.

Meta bem isto no coração antes de adoptar um”

11 junho 2007

Matemática

Tenho uma amiga Ucraniana.

Por vezes nas nossas conversas ela fala da sua dificuldade em compreender os alunos, parecem-lhe desinteressados, sem vontade de aprender nada, pouco aplicados. Parece-lhe serem os filhos de emigrantes aqueles, de entre todos, que mais mostram esforçar-se, os que ainda que falem mal a língua fazem mais perguntas e ouvem com atenção.

Vou ouvindo atentamente, gosto de aprender a educar.

A minha amiga dá aulas de matemática e tirou, na Ucrânia, o curso de matemática aplicada. Para além das aulas que dá num Instituto privado começou, o ano passado, a dar explicações a alunos dos vários níveis de ensino.

Quando a encontrei, disse –me com o ar mais incrédulo deste mundo:

- Rita, com os livros que vocês têm eu percebo porque é que há tanto insucesso na matemática.

Eu rio e pergunto.

- A sério?

- Sim, com estes livros todos e tão baralhados duvido que eu conseguisse aprender matemática. Na Ucrânia tínhamos um livro, com a matemática toda. Cada capítulo uma área, e cada área dividida em graus de dificuldade, assim, quando alguém quisesse relembrar alguma coisa era só voltar atrás no livro, estava lá tudo…

Simples? Pode parecer, e em todo caso praticamente impossível em sociedade mercantil como a nossa. Um só livro para tudo? Um só?

Já chega o dicionário... (por falar em dicionário, isso faz-me lembrar uma história..., fica para outro dia).

03 junho 2007

Óscar e a Senhora Cor-de-rosa

de Eric-Emmaneul Schmitt

O livro é difícil de encontrar, tanto andei atrás dele sem o conseguir que acabou por me ser oferecido por quem mo recomendava.

E traz dedicatória, os livros com dedicatória são ainda mais belos.

Na primeira carta a Deus, Óscar diz:

“ Chamo-me Óscar, tenho dez anos, peguei fogo ao gato, as cão, à casa ( acho que até grelhei os peixes vermelhos) e é a primeira carta que te mando porque dantes, por causa dos estudos, não tinha tempo.

Desde já te aviso: detesto escrever. É mesmo preciso ser obrigado. Porque escrever é grinalda. Pompom, rendinha, fita, et cetera. Escrever é apenas uma mentira que ornamenta. Uma coisa de adultos.

A prova? Olha, por exemplo o princípio da minha carta: «chamo-me Óscar, tenho dez anos, peguei fogo ao gato, as cão, à casa (acho que até grelhei os peixes vermelhos) e é a primeira carta que te mando porque dantes, por causa dos estudos, não tinha tempo.» Podia também ter dito: «Chamam-me Cabeça de Ovo, pareço ter sete anos, vivo no hospital por causa do meu cancro e nunca te dirigi a palavra porque nem sequer acredito que existas.»

Mas escrever isto não fica bem, vais interessar-te menos por mim. E eu preciso que tu te interesses.”

Lembrei-me deste livro a propósito de um post na Linha do Norte,

Encontrei-o no Dia da criança, por acaso.

01 junho 2007

A Menina do Mar

(...)"Sentaram-se os dois um em frente do outro e a menina contou: -Eu sou uma menina do mar.Chamo-me Menina do Mar e não tenho outro nome.Não sei onde nasci.Um dia uma gaivota trouxe-me no bico para esta praia.Pôs-me numa rocha na maré vaza e o polvo, o caranguejo e o peixe tomaram conta de mim(...)Tu és da terra e se fosses ao fundo do mar morrias afogado.Mas eu sou uma menina do mar.Posso respirar dentro da água como os peixes e possso respirar fora da água como os humanos.(...) Tenho tanta curiosidade da terra-disse a Menina-amanhã quando vieres, traz-me uma coisa da terra. E assim ficou combinado" Certamente uma bela história para crianças e adultos, porque a ternura, o companheirismo, a compreensão e a não diferenciação dos seres são coisas a contar, para que se possam aprender, verdadeiramente. in Sophia de Mello Breyner Andresen-a menina do mar