30 novembro 2006

A Prodigiosa Aventura das Plantas

A Prodigiosa Aventura das plantas

jean-marie pelt, jean-pierre cuny

Gradiva

Foi o primeiro de uma série de livros da editora Gradiva que fui adquirindo, e tal como no amor, não há como o primeiro…

O livro conta a prodigiosa aventura com humor e rigor.

Com tanto humor, que me lembro de rir sozinha ao lê-lo, e tanto rigor que o "recomendei" à minha professora de biologia. Como me senti orgulhosa em apresentar um livro tão especil a alguém que o saberia apreciar.

No capítulo três, por exemplo diz-se que poderemos “especialmente cumprimentar: a árvore que põe ovos; a árvore que mata cavalos; a árvore mais gorda; a árvore que é o ser mais velho do mundo”

E mais adiante, que : “Ginkgo. É a mais antiga de todas as árvores. Não se modificou em 200 milhões de anos, sobreviveu à deriva dos continentes, à formação das cadeias de montanhas, às glaciações. Assim como as vemos, viram-nas os dinossauros.”

O mais que contém, deixo vos descobrir

É um livro recheado de plantas que são nossas vizinhas de bairro (ou apartamento),e que de repente se transforma em seres fantásticos.

28 novembro 2006

Menina do Mar

Hoje é dia de outras histórias…

Tenho ao meu lado o DVD de “A Menina do Mar”, musical de Filipe Lá Féria sobre o livro com o mesmo título da Sophia de Mello Breyner Andresen.

Para mim, como creio que para a maioria dos leitores, o nome de Sophia faz parte do imaginário infantil. Nos livros de língua portuguesa da escola havia sempre textos dos vários contos e livros dela.

Mas de todos, aquele que mais fez vibrar a imaginação, foi a história da menina do mar. A proliferação de desenhos que na altura fiz sobre o tema devia ser de tal modo, que me lembro da minha mãe me perguntar a dada altura se não sabia desenhar mais nada!

Quando soube do musical de Filipe La Féria, nem pensei duas vezes e lá fui com marido e filhos (o mais novo na altura com um ano) ver esse espectáculo mágico.

E que felicidade quando o descobrimos em DVD. Feita a compra obrigatória, instalámo-nos a rever tal maravilha, que retrata muito bem o espectáculo, apesar do caranguejo não ser tão engraçado quanto o original.

Os miúdos viram-no tantas e tantas vezes que acabaram por decorar diálogos e canções e tudo se ia repetindo vezes sem conta, ao acordar, ao deitar, a caminho da escola, à vinda da escola, nas festas de aniversário, nos fins de semana…

Cheguei a pensar perguntar-lhes, se não sabiam fazer mais nada!

Mas não perguntei, creio até que cantava com eles…

26 novembro 2006

Uma a...ventura!

Pois acabada de chegar, permiti-me conversar... sobre a minha experiência com os livros! Um tema que desde sempre me foi muito querido... Para mim, eles ensinam-me, transportam-me para outro e outros Mundos, mudam o meu estado de humor, fazem-me pensar... e sobretudo, estimulam-me o pensamento... Com eles não há rotina... Não se pode dizer que se sabe a história toda, nem que está tudo visto... no livro seguinte logo sou conduzida para mais uma ventura... Acontece-me, porém, no fim de ler... pensar que sempre conheci a história, dada a sua proximidade, outras penso que se não tivesse lido, não teria conhecido a realidade ou o sonho,pois para mim, e sem leviandades, eles encontram-se tão próximo quanto duas letras o podem ser...

25 novembro 2006

De Profundis

De Profundis, Valsa lenta José Cardoso Pires Uma verdadeira valsa, escutem... "Até que certa manhã acordo em claridade aberta com gargalhadas a crepitarem à minha volta. Dum momento para o outro o sentido da presença. E tudo concreto, tudo vivo. O quarto ... e à minha frente dois vultos que me faziam companhia a desafiarem-se à gargalhada de cama para cama, ...Cada qual a rir, a rir, e a acenar com um lagarto de plástico que soltava uma língua em tremular de labareda. Acredite-se ou não, naquele quarto estavam dois candidatos à morte no maior dos canavais. E eu, no meio de tanto riso, descobri que acabara de me libertar de uma doença mais que maldita, duma cegueira, de um apagamamento por onde andara sem norte e sem dias e que numa viagem sem aviso pessoas e luz, palavras e matéria, tudo tinha voltado à realidade." Se ainda não dançaram, eis aqui o convite...

21 novembro 2006

Cansaços

Não sei se já vos aconteceu este cansaço,

Uma névoa que se adensa em nós como numa madrugada de mar,

Invade corpo e alma em torpor de apenas se ouvirem pequenas ondas enrolando-se aos pés da areia

E nos deixa como que suspensos da vida, ancorados em alto mar.

Nem mesmo o som da ronca, parece ser capaz de nos trazer à lucidez.

Se acontecer,

deixem-se ficar ao largo,

Até que a brisa venha e névoa se dissipe,

Trazendo em cada momento um pouco mais de nitidez,

Um pouco mais de céu, de mar,

Um pouco mais de sol

Um pouco mais

De azul

18 novembro 2006

Kafka e La Muñeca Viajera

Kafka e la muñeca viajera

Jordi Sierra I Fabra

A história começa em Madrid…

Imaginem-se a fazer horas para o resto do dia, dentro de uma livraria. Talvez conheçam a sensação de estar perdidos numa livraria durante duas horas ou mais…a ver capas, a ver títulos, a ler trechos ou a ver imagens, um pouco de poesia, o primeiro parágrafo de um romance… E pensar…, gostaria de comprar aquele clássico, ainda não o li. Olha gosto tanto deste…

Depois pegamos nos livros, de capas duras e cheias, ou outras, ambas contêm o livro, a escrita, o sumo e sentimos o seu peso e promessa de sabor;

Como é bom ter tempo e vaguear nas livrarias, ao acaso. E o nosso dedo nas lombadas descobrir um livro que nos faz sorrir…

Foi quase assim esta história, o dedo descobriu a lombada que fez surgir o livro que se chama Kafka e la muñeca viajera,

Que se pode dizer de um livro do qual não se consegue seleccionar um pequeno trecho que exemplifique o que, e como nele se fala?

A História é simples?

Grande Kafka,

Confesso, dele apenas conheço O Processo e ainda assim não o consegui ler até à última linha de tão obtuso exasperante e absurdo me pareceu…

Mas talvez da sua obra não conste o seu melhor? …

Diz quem o comprou e mo emprestou, que o irá emprestar a todos os seus amigos,...

haverá melhor recomendação?

16 novembro 2006

Outras Histórias

Quando aqui chego já são horas de dormir…

Os pequenos, esses sim, já dormem, e aproveito esse primeiro sono normalmente mais profundo e intenso, para “desaparecer” por momentos neste pequeno espaço de cumpli-cidades.

A limitação do teclado é ainda uma realidade, o papel, meu amigo mais que perfeito vai continuar a ter o seu lugar, mas a esta hora se de facto quero deixar uma impressão digital, há que fazê-lo com teclado,

Lá virá o dia em que tempo, treino, e tecnologia se unirão num esforço simpático e os papéis que rabisco no intervalo dos dias virão aqui aparecer, “talqual”me forem surgindo.

Hoje vinha ver se há estrelas…

É a pergunta recorrente de um dos meus pequenos:

-Hoje há estelas mamã?

14 novembro 2006

Dos Livros...

Origens, de Amin Maalouf

Um livro belíssimo

Que prende, e nos arrasta folha após folha pelos antepassados do autor.

Uma viagem ao passado, mas uma viagem sem grandes saudosismos, a buscar sentido e a escrever futuros;

A incrível coragem do avô, e a sua lucidez também, no seu propósito de andar de cabeça descoberta (coisa impensável e chocante, à data), e na sua decisão de não baptizar os filhos em religião nenhuma. A eles competiria decidir se e quando o quereriam fazer, e na religião que lhes fosse mais cara. Tão simples…

Pode parecer coisa pouca, mas revela o espírito aberto e tolerante de quem dá grande valor à liberdade/direito individual, não será?

O livro fala de tantas coisas mais…

Dos irmãos, das famílias, dos conflitos nas famílias e de como eles por vezes se resolvem, do valor de ser discreto, recatado, ainda que falemos de nós e dos nossos;

Dos sonhos dos homens que sabem que não podem mudar o mundo, apenas podem agir de forma diferente.

O meu exemplar já está emprestado a uma grande amiga mas qualquer dia volta, se quiserem poderei transcrever uma ou outra passagem para lhes abrir o apetite da leitura…até breve

10 novembro 2006

Dos Livros e outras histórias

Dos Livros porque sempre gostei de ler, e porque se perdeu o hábito de falar sobre as leituras que se fez. Talvez porque se perderam os espaços onde se falava de livros?

E de outras histórias porque há muito que contar para além dos livros…

Lembro-me de ter lido sobre as tertúlias, ou apenas encontros de amigos em casas de amigos, onde se podia falar de textos, ouvir poesia, comentar a situação política, ou apenas passar um serão agradável na companhia de pessoas amigas.

A fluidez dos dias de hoje parece ter sido capaz de anular quase completamente a nossa capacidade de estar com os outros, recebê-los ou deixar-se envolver no seu ambiente para escutar coisa novas diferentes ou apenas belas.

Seja porque os miúdos têm escola amanhã e deitam-se cedo, seja porque estamos sem empregada e temos tudo para organizar diariamente, ou porque levámos trabalho para casa. Aparentemente aprendemos a andar “sempre a cem”e já nem sabemos onde fica o lugar das coisas que se fazem devagar…

Apetece-vos criar esse lugar, virtual?

Bem-vindos sejam!