30 abril 2007

os cem sentidos secretos

Os cem sentidos secretos São cem porque assim parecem muitos, talvez cheguem para todos os sentimentos, talvez… São secretos porque existem sempre entre duas pessoas, e os segredos só podem existir entre duas pessoas. A ideia dos sentidos que nos permitem comunicar sem palavras, é tão bela quanto todos já sentimos e sabemos. E contudo isso apenas nos acontece por vezes. Poucas vezes. O mandarim, o pensar chinês, é diferente da rudeza material com que se fala e consequentemente se pensa, no ocidente. É sempre um conceito, uma ideia, que pode ser lida em mais do que um sentido, que encerra um contexto. É lá longe no oriente, que se fala e comunica com o coração. Porque há tempo. Há todo o tempo. E porque o mais importante são as pessoas, os seus sentimentos, as suas emoções.

25 abril 2007

"Esta é a madrugada que eu esperava
O dia inicial inteiro e limpo
Onde emergimos da noite e do silêncio
E livres habitamos a substância do tempo"
Sophia de Mello Breyner Andresen

22 abril 2007

Livros para Crianças

André e o Alegrião

Hiawyn Oram

Uma das vantagens de ter crianças, é a oportunidade que se tem de ler livros dedicados a eles.

O André e o Alegrião é uma pequena parábola, que nos/lhes ensina a saber esperar pelas coisas boas, pelos momentos bons, pelas pessoas de que gostamos…

Ensina que a alegria que nos trazem os outros é importante, mas que somos sempre capazes de criar a nossa alegria,

Ensina também que aprendemos muito fazendo coisas erradas,

Embora as coisas certas também nos ensinem muito.

Desta mesma colecção ( Livros Arco-Íris) são também os livros do Elmer, um elefante absolutamente extraordinário imaginado por David McKee, um dia mando-lhes a imagem.

17 abril 2007

dos estados de alma

Tem dias, em que o sol parece nascer expressamente para me iluminar, é bom senti-lo, a luz, o calor, o brilho… Acontece que todos os dias o sol se põe, cientificamente falando não será correcto mas como o princípio é o ponto de vista, de facto, põe-se. E anoitece, por vezes tranquilamente, outras vezes tão de repente que nem dou por isso e já está instalada uma noite escura. Provavelmente isto são apenas estados de alma e na realidade o que acontece é que a terra gira, matematicamente, sempre, sem pressas e sem paragens. Como o tempo. Mas o que vos queria trazer eram algumas questões…para reflectir, talvez para explorar respostas. Porque olhamos o pôr-do-sol, quando o olhamos em silêncio, com a nostalgia de um momento belo mas efémero, se sabemos que todos os dias o sol se põe? Porque será que tantas vezes nos esquecemos de amanhecer com o dia? E porquê, porque é que temos que sentir tantas vezes a noite escura como um ambiente hostil?

Os Amantes e Outros Contos

Se o texto é no fluir de uma história o que de dentro a trava, se a facilidade do contar se embaraça no empolado tecido que conta, se existem sempre determinados elementos (o jogo de um nome, o incrível de uma precisão, uma palavra que falta, o insólito de uma repetição, o inesperado de uma luz) que blolqueiam a evidência de uma história- torna-se necessária a pesquisa do que no texto é irredutível à narrativa, e lhe resiste: porque aí insiste o que arqueia o texto para o outro lado da sua demasiada nitidez. É aí que o óbvio se desconcerta, e outra orquestração se impõe. Os Amantes e Outros contos, de David Mourão-Fereira, é ,por si mesmo, um livro que cria um clima onírico e simultaneamente uma realidade historicamente referenciada.
Leiam-no!

10 abril 2007

Imaginem

Imaginem um músico e um instrumento,

Imaginem um músico suficientemente conhecido para fazer encher QUALQUER sala de espetáculos,

Imaginem um instrumento tão valioso que não tem preço,

Imaginem o músico e o instrumento,

Num solitário concerto de rua em plena hora de ponta…

Imaginem o que quiserem, e leiam o texto sugerido por António Granado

09 abril 2007

PAIXÃO vs PAIXÃO

Não era preciso falar.Com ela, sim, com ela que era tão bela que a sua beleza enchia a casa toda sem mais nada precisar, talvez não fosse preciso falar.Bastaria olharmo-nos o tempo que fosse preciso para nos vermos e depois ter fechado os olhos e adormecido(...)E podíamos mesmo ter-nos beijado sem dizer uma única palavra porque todas estão a mais e um beijo vale mais do que todas as palavras.Sim,não devia haver palavras para desperdiçar assim quando chega alguém que não se espera e nos encanta só por ser tão bela sem querer e não há nada a fazer senão deitarmo-nos no chão e adormecer sem querer acordar, com medo de nos perdermos ou de deixar de sonhar ou de acreditar. "boa noite"-Pedro Paixão

O Lobo das Estepes

O confronto entre negação e acomodação a uma sociedade que se desenvolveu no sentido do efémero e que não satisfaz a profundidade da alma humana. Acomodar-se pela educação, limitar-se a ser e a desfrutar do conforto adquirido. Negar tudo o que é convencional e recusar-se a beber da mesma água na mesma fonte. Sentir como são por vezes tão simplesmente construídos os momentos que nos dão prazer, e aceitar que são esses que afinal nos dão prazer. Ainda que, com a relutância de assim sermos apenas…mais um entre tantos seres vazios. Descobrir que dentro do eu residem múltiplos seres e que em proporções diferentes eles vão comandando os nossos sentimentos, as nossas atitudes, comportamentos…não somos unos, nem uma dupla personalidade variando gradativamente ao longo de um eixo linear. Somos a complexidade possível de retratar no cruzamento de todas as vivências que experimentámos. O lobo das estepes, o eu que se auto-rejeita porque se imagina perdido no mundo das razões para existir. E a luz, filtrada pelo nosso próprio caleidoscópio, que aparece sempre sob forma de um amigo.

08 abril 2007

Caixinhas de música

Tenho uma extravagante mania por caixinhas de música. Digo extravagante porque a maioria delas são caras, apesar de muito bonitas (ou talvez por isso mesmo).

Por isso, na maioria das vezes acabo por ficar apenas a vê-las nas casas onde se vendem, com os olhos a brilhar de emoção. Mecanismos complicados, pequenas luzes, alguns pormenores simplesmente belos, enchem-me os olhos quando por acaso as encontro (o que também não é fácil)

E quando se estragam, lá ficam na minha oficina de brinquedos estragados, à espera de dias de mais sossego ou tempo, em que lhes vou ver as entranhas, esperando descobrir o motivo da recusa em trabalhar.

Os miúdos também são envolvidos neste gosto, e não foi por acaso que comprei, a um preço seguramente maior do que devia, uma pequena peça musical que me deliciava os olhos sempre que entrava na loja dos brinquedos de madeira.

Hoje arranjei-a, um dos bailarinos estava descolado e caía sempre que o púnhamos a dançar.

Amanhã com tempo, volta ao quarto dos pequenos para lhes fazer as delicias

05 abril 2007

Um Grande Amor

Quem já viveu um grande amor ou, pelo menos , julgou ter vivido um amor tão intenso que se confundiu com um grande Amor? Muito já se escreveu e continua a escrever sobre esta meta quase onírica- Encontrar e viver um grande Amor Quem se lembra de grandes amores? Quase todos nós, não é verdade? E quem melhor os escreveu? ........Fica ao vosso critério escolher um autor, de qualquer nacionalidade, um livro e lançá-lo à discussão. Para isso contem com a minha, humilde, mas sempre presente opinião.

04 abril 2007

De Igual para igual

José Tolentino Mendonça

De igual para igual

A páginas 38,

A forma de sinceridade requerida

é a mais extrema pobreza:

Pela neve sem vincar rasto

Sempre caminhou

Aquele que busca um amor

01 abril 2007

1º de Abril

Dia das mentiras

Terá sido por acaso que Mário Viegas tenha morrido num dia 1 de Abril?

Coincidência? Haverá coincidências?

Vi-o uma vez a representar no S. Carlos numa noite memorável, para mim.

E ouvia vezes sem conta um disco de vinil que os meus pais tinham, em que declamava entre outras histórias e poemas, a história da Nêspera.

Eu era miúda e achava aquela história formidável, com uma interpretação absolutamente incrível.

Contei-a tantas vezes à minha miúda.

Se soubesse postar música hoje deixa-la-ía aqui num link, infelizmente nem um link ainda aprendi a fazer.

Correcção, acho que acabei de aprender.

http://www.revista.agulha.nom.br/ag34viegas.htm